Quando falamos sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), é comum ouvir a frase: “cada pessoa autista é única”. E essa afirmação não é apenas uma forma de gentileza – ela é a essência do que significa viver dentro do espectro.
O termo “espectro” não está ali por acaso. Ele nos ajuda a entender que o autismo não é uma condição única, com sintomas padronizados ou níveis lineares, mas sim um universo de vivências que se manifestam de diferentes formas, com diferentes intensidades, necessidades e habilidades.
O que significa “espectro”?
O termo “espectro” é usado para descrever a variedade de manifestações do autismo. Ele se refere ao conjunto de características comportamentais, comunicacionais e sensoriais que uma pessoa pode apresentar, com diferentes intensidades e combinações.
Pense no espectro como uma grande paleta de cores: há quem esteja mais próximo de tons suaves, quem viva em cores vibrantes, e quem transite entre essas nuances. Cada combinação é única — e nenhuma delas está “certa” ou “errada”.
Autismo não é uma condição linear
Muitas vezes se fala, de forma equivocada, em “graus de autismo”, como se houvesse uma linha reta indo do “leve” ao “grave”. Mas essa comparação é limitada.
O autismo é multidimensional, o que significa que uma pessoa pode ter uma comunicação muito fluida, mas precisar de suporte intenso para lidar com estímulos sensoriais. Outra pode ter grande independência no dia a dia, mas dificuldade para interações sociais.
Por isso, o termo mais apropriado usado pelos profissionais é “nível de suporte”, que ajuda a indicar quanto apoio a pessoa precisa para lidar com os desafios do cotidiano — e não seu grau de “funcionalidade”.
Os níveis de suporte no diagnóstico do TEA:
• Nível 1 – Precisa de suporte leve
• Nível 2 – Precisa de suporte moderado
• Nível 3 – Precisa de suporte substancial
Esses níveis ajudam a nortear estratégias de acompanhamento terapêutico, escolar e social — mas não determinam quem a pessoa é ou até onde pode chegar.
Cada autista é único
O autismo não tem aparência. Não tem rótulo. E, principalmente, não tem um padrão.
Há pessoas autistas:
• Que são verbais e outras que não falam, mas se comunicam de diferentes formas;
• Que têm sensibilidade auditiva, olfativa ou tátil;
• Que se encantam por detalhes e se dedicam intensamente a temas de interesse (hiperfoco);
• Que podem apresentar comportamentos repetitivos como forma de regulação (stims);
• Que gostam de rotina e podem se sentir desconfortáveis com mudanças inesperadas.
Essas características não são defeitos. São parte da identidade e da forma de estar no mundo.
Por que é importante entender o espectro?
Porque a falta de informação ainda gera muitos equívocos.
Frases como “você nem parece autista” ou “ele é muito inteligente para ser autista” reforçam estereótipos e invisibilizam pessoas que já enfrentam desafios diários para se expressar e se encaixar em uma sociedade que pouco se adapta.
Entender o espectro é compreender que:
• Inclusão não é tratar todos iguais, e sim com equidade;
• A escuta ativa e o respeito são fundamentais para relações saudáveis;
• Todo mundo tem o direito de ser compreendido do seu jeito.
E por que a Unimed Mercosul fala sobre isso?
Porque temos um compromisso com a saúde que vai além do cuidado clínico. Acreditamos em uma saúde mais humana, inclusiva e informada. E é por isso que criamos o Portal de Terapias Especiais, um espaço dedicado a apoiar famílias, profissionais e pessoas com TEA, com conteúdo validado, atualizado e acessível.
O diagnóstico de autismo pode chegar com muitas dúvidas — mas também com muitas possibilidades. Entender o espectro é o primeiro passo para caminhar com mais empatia, informação e acolhimento.
Este conteúdo faz parte do Portal de Terapias Especiais da Unimed Mercosul – uma iniciativa que nasce para ser apoio e referência para quem acompanha o desenvolvimento de pessoas com TEA.
Abril é o Mês da Conscientização do Autismo. E informação é uma das formas mais poderosas de inclusão.