Receber um diagnóstico de autismo pode ser um momento transformador. Para muitas pessoas e famílias, ele chega como um ponto de virada: traz alívio, entendimento e direção. Mas o caminho até esse momento — e o que vem depois — nem sempre é simples.
A verdade é que ainda há muita desinformação sobre como o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) é feito, o que ele significa e como ele impacta a vida de quem recebe.
Neste post, queremos desmistificar esse processo e compartilhar o que muita gente ainda não sabe — mas precisa saber.
O diagnóstico é clínico. E isso faz toda a diferença.
Diferente de outras condições de saúde, não existe um exame de sangue, uma tomografia ou um teste genético que confirme o autismo. O diagnóstico do TEA é feito com base na observação de comportamentos, no histórico de desenvolvimento e no relato de quem convive com a pessoa (pais, cuidadores, professores, etc.).
Isso significa que o olhar clínico e o tempo de acompanhamento são fundamentais.
É uma construção em equipe
O diagnóstico costuma ser feito por uma equipe multiprofissional, que pode envolver:
• Médicos (neurologistas, psiquiatras, pediatras)
• Psicólogos
• Fonoaudiólogos
• Terapeutas ocupacionais
Cada profissional contribui com sua escuta e sua avaliação para formar um quadro mais completo e confiável.
Não existe um único “teste oficial”
Muitas famílias chegam ao consultório perguntando: “Qual é o exame para saber se meu filho tem autismo?”
A resposta é: não há um único teste. Existem sim protocolos e instrumentos de apoio, como o ADOS-2 e o ADI-R, que ajudam os profissionais a mapear comportamentos e sinais. Mas eles fazem parte de um conjunto de análises — não são conclusivos sozinhos.
Nem sempre é rápido. E tudo bem.
É comum que o diagnóstico não seja fechado na primeira consulta. Em muitos casos, o profissional prefere acompanhar a criança ou o adulto por um período, observando comportamentos em diferentes contextos: casa, escola, interações sociais.
Essa cautela é importante para evitar diagnósticos apressados e garantir que as intervenções propostas realmente façam sentido para aquela pessoa.
O diagnóstico não muda quem a pessoa é. Mas muda como ela é compreendida.
Muita gente teme o diagnóstico, como se ele fosse uma sentença. Mas o que ele traz, na verdade, é clareza.
Para a pessoa autista, saber que existe uma explicação para o que sente e vive pode trazer alívio, autoconhecimento e validação.
Para as famílias, o diagnóstico abre caminhos: para buscar terapias adequadas, acessar direitos, garantir inclusão.
E, principalmente, para parar de culpar ou pressionar alguém por agir de forma diferente.
E o que não é diagnóstico?
Não é diagnóstico:
• Um teste online
• Um palpite sem avaliação profissional
• Uma impressão baseada em um único comportamento
A única forma ética e responsável de confirmar o TEA é através de um acompanhamento clínico qualificado.
Por que falamos sobre isso?
Porque a Unimed Mercosul acredita que informação é parte do cuidado. E que um diagnóstico bem compreendido pode mudar a vida de uma pessoa — e também de quem está ao redor dela.
Criamos o Portal de Terapias Especiais para reunir informações seguras, atualizadas e acolhedoras sobre o universo do TEA, ajudando famílias e profissionais a caminharem juntos nessa jornada.
O diagnóstico é um começo. E todo começo precisa de apoio.
Este conteúdo faz parte do Portal de Terapias Especiais da Unimed Mercosul – uma iniciativa para apoiar o cuidado, a inclusão e o desenvolvimento de pessoas com TEA.
Abril Azul é o mês da conscientização sobre o autismo. Vamos conversar com respeito, escuta e empatia.